sábado, 19 de março de 2011

Obama encerra 1º dia de visita com ataque à Líbia e acenos ao Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, embarcou por volta das 19h deste sábado (19) para o Rio de Janeiro acompanhado da primeira-dama, Michelle Obama, e das filhas do casal, Sasha e Malia. Obama encerrou a primeira etapa de sua viagem ao Brasil deixando como principal marca a autorização para o ataque militarnorte-americano à Líbia.

Após participação em fórum empresarial, Obama fez um pronunciamento para a imprensa norte-americana, não previsto na agenda, sobre a situação na Líbia. Ele anunciou ter autorizado uma "operação militar limitada", sem o uso de soldados em solo.

Em Brasília, Obama acenou com o apoio à aspiração brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e fez declarações de interesse em aprofundar as relações comerciais com o Brasil, em especial nos setores energético e de infraestrutura.

Em sua primeira oficial ao país, foram assinados dez acordos de cooperação ou de comércio. Obama também se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Almoçou no Itamaraty e participou do encerramento de fórum empresarial na capital federal.

O presidente dos EUA chegou a Brasília às 7h30 deste sábado, exatamente no horário agendado. Foi recebido na Base Aérea de Brasília pelo comandante da instalação militar, coronel Geraldo Correia de Lyra Júnior, pelo embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, e pela chefe do cerimonial do Itamaraty, embaixadora Maria de Lujan.

Em seguida, a comitiva de Obama se deslocou para o hotel Royal Tulip, onde a família ficou hospedada neste sábado.

Encontro com Dilma
Obama foi recebido pela presidente Dilma Rousseff por volta das 10h30. Ele chegou desacompanhado, passou as tropas em revista e subiu a rampa do palácio ao encontro de Dilma, a quem cumprimentou.

Hoje eu autorizei as forças armadas dos Estados Unidos a começarem uma ação militar limitada na Líbia, em apoio ao esforço internacional para proteger civis líbios. Esta ação já começou"
Presidente Barack Obama, após reunião com empresários, em Brasília

A primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, entrou por um acesso secundário do Planalto. Em seguida, Dilma conduziu o colega norte-americano em uma visita à exposição de artistas brasileiras que será aberta para o público na próxima semana.

A passagem do presidente dos Estados Unidos pelo Brasil resultou na assinatura de dez acordos e memorandos bilaterais envolvendo os dois países. Entre os atos, estão parcerias nas áreas de aviação, comércio, educação e tecnologia.

Um dos documentos assinados pelos representantes dos dois países prevê a cooperação dos Estados Unidos para apoiar o governo brasileiro na organização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em comunicado, as nações falaram em parceria global.

Enquanto isso, a primeira-dama dos Estados Unidos, junto com suas filhas Sasha e Malia, aproveitou a visita para assistir a apresentações do grupo de capoeira Raízes do Brasil e do grupo de percussão Batalá, formado somente por mulheres.

Conselho de Segurança e Líbia
Em outro comunicado conjunto, o presidente Barack Obama manifestou seu "apreço" pela aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e reconheceu as responsabilidades globais assumidas pelo Brasil.

Dilma, por sua vez, pediu uma reforma da Organização das Nações Unidas e posteriormente, durante almoço no Itamaraty, reafirmou seu desejo por uma vaga no Conselho de Segurança.

A agenda bilateral foi momentaneamente interrompida quando Obama falou sobre as tensões na Líbia. Ele disse que os Estados Unidos estão prontos para agir com "urgência" no país africano.

Poucos minutos após o discurso de Obama, um porta-voz militar da França afirmou que o país começou a disparar contra alvos na Líbia. O ditador Muammar Kadhafi, no poder há quase 42 anos na Líbia, tem confrontado os manifestantes em seu país. Há dois dias, as potências receberam sinal verde da ONU para a operação militar.

Nesta tarde, após o anúncio das operações da França na Líbia, o presidente Barack Obama confirmou que autorizou uma "operação militar limitada" no país.

"Hoje eu autorizei as forças armadas dos Estados Unidos a começarem uma ação militar limitada na Líbia, em apoio ao esforço internacional para proteger civis líbios. Esta ação já começou. Neste esforço, os EUA estão agindo com uma ampla coalizão que está comprometida com a resolução do Conselho de Segurança da ONU", disse ele. Os EUA participam da operação com mais quatro países.


Fonte:G1

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